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Sansão

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LitNaVelDoClique[1]

 

 

Água com açúcar

 

 

surreais

palavras doces

mais que surradas

mas sussurradas

ao pé de um ouvido

emotivo e feminino

 

torrões de açúcar

tijolos do castelo

 

edificam a fortaleza

que não resiste

ao sereno de uma

noite quente de lua cheia

 

noite clara

que escancara

os fatos depois negados

com amargas mentiras

e dissolve

castelos tão sonhados

 

 

 

 

Ciranda dos Mitos

 

 

silêncio relâmpago trovão

tremores temores

em sua memória racional

um não de pai

eis o animal intelectual

 

lançou um espelho no azul

e o céu se fez familiar

e o mundo pareceu-lhe um lar

 

viu efêmero o que é perene

viu perene o que nem via

e o que viu

quando muito

sentiu

 

sentiu o que multidões moveu

porque o temor

agora amor é como se chama

e apaixonado

rascunhou leis paidéias ritos mitos

em jarros tótens tábuas pedras

paredes papiros pergaminhos

 

enfim

caminhos de volta que descomplicam

nosso agir-ser-pensar

e dão à luz o homem nu

 

 

 

 

És... Finges...



sedento
ofegante
desgastado
consumido

devorado
mastigado
cuspido

chutado
espezinhado
esquecido

num sopro
de vida
enfim
decifro-te

 

 

 

 

Menorá e a Cruz

 

Por que Roma

onde Jerusalém?

Santo de lama

onde Chama?

Sem saída

onde Vida?

Morte na Cruz

onde Luz?

 

 

 

 

Renarciso

 

a fonte

é água é vida

é espelho é miragem

é ponte que liga narciso à imagem

a ponte

entre manhã e noite

é quase verdade

e é quase ilusão

é fonte pra muita inspiração

 

jovem narciso na ponte

sob o sol da manhã

de frente pra fonte

e a flor de narciso na mão

 

a flor de narciso

se aquece, cresce,

agita, enrubesce

aponta pra fonte

com pulso e vigor

seu divino elixir

toca e deflora

o espelho narciso

primogênito labor

 

uma gota de leite

fecunda e quente

forja a nova imagem

do jovem narciso

trêmulo distorcido

perfeito imperfeito

recém-renascido

em busca das flores da fonte

que ficam depois da ponte

da idade da flor

 

 

 

GigAdorm (Sansao)

 

Mito2 (Sansao)

 

O_Romper[1]

 

Saudaditu (Sansao)

 

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Sansão FreitasSansão – Nome artístico de Fábio Marques de Freitas. Formado em Letras pela Universidade Estadual de Maringá, é também poeta e músico, já tendo participado das bandas covers do Legião Urbana e do Rolling Stones, além de ter sido baixista, segunda voz e letrista da banda Rosa dos Ventos. Foi  um dos editores da revista eletrônica No Meio do Caminho juntamente com Caetano Medeiros e Marciano Lopes e organizou o Livro-Agenda-Poética No Meio do Caminho, edição premiada pela Lei de Incentivo à Cultura da Prefeitura Municipal de Maringá.

 

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