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RESUMOS DOS PAINEIS
apresentados na I JIOP
1
Título: O trabalho com a literatura infanto-juvenil em sala de aula
Autor (es): Ana Maria da Silva (UEM) -
Aline Aparecida da Silva (UEM)
Área: Literatura
Resumo: Este trabalho tem como objetivo demonstrar, por meio da literatura,
como temas relevantes na sociedade podem ser inseridos no trabalho de
literatura na sala de aula. Para tanto, foi tomado como campo de pesquisa
turmas de sétimas séries do Ensino Fundamental de uma escola particular da
região noroeste do Paraná. O trabalho foi realizado em função da leitura de
dois livros paradidáticos: O Garoto
Consumista na Roça e O Jardim das Crianças Encantadas. Já
para a relação interpretativa, foi utilizado outro texto do livro didático
vigente: Ser Filho é padecer no
Purgatório. O resultado aponta que 75% dos alunos desenvolveram uma
interpretação melhor devido à relação realizada com o mundo em que estão
inseridos. Assim, a literatura transcendeu realmente a ideia banal de leitura
para avaliação posterior.
2
Título:
Cinema e Literatura: atribuição de
valor em obras distintas
Autor (es): Thamires Nascimento Dearo (UEM)
–
Márcio Roberto do Prado (orientador - UEM)
Área: Cinema
Resumo: Muitas vezes, atribui-se valor a um filme produzido a partir de uma
obra literária tendo-se como parâmetro sua aproximação com o texto, traduzida
em termos de uma pretensa “fidelidade”. Neste sentido, o senso comum propõe:
"quanto mais próximo está da história escrita pelo autor do livro,
melhor é o filme". Para desmistificar este conceito, analisaremos o
filme Tróia tendo em vista as duas principais obras literárias nas quais ele
se baseia, no caso a Ilíada e a Odisséia. Assim, levando em
consideração o fato de que os filmes não são simples e passivas reproduções
das obras e sim objetos artísticos inspirados nas mesmas, proporemos uma
discussão que leve em conta aspectos técnicos , teóricos e críticos para
atribuir valor ao filme como uma obra independente.
3
Título: O performer: ensaio sobre a antropologia da performance do teatro
aplicada aos jogos virtuais
Autor (es): Daiane Dorneles Ibargoyen
Área: Outro
Resumo: O gênero da performance na antropologia é uma tendência, cujo
pioneirismo está, entre outros autores, em Victor Turner, Van Gennep, Richard
Schechner, John Dawsey. Destaca-se, no campo da antropologia da performance,
Richard Schechner que, com suas preocupações de diretor de teatro passou a
empreender estudos diante da relação do drama, como acepção do gênero teatral,
e outras referências ao teatro. A partir da antropologia da performance e a
proposta teórico-metodológica proposta por Richard Schechner, busca-se
definir a problemática a partir da relação entre a concepção de performer no
teatro e o performer nos jogos virtuais. Pergunta-se: tal como no teatro,
pode-se identificar um performer nos jogos virtuais? Schechner abordou o
teatro e a antropologia, aproximando vários pontos de relação entre ambos. A
partir da proposta metodológica baseada em Schechner, busca-se a aproximação
do performer (sujeito da ação performática), com os jogos virtuais.
Pressupõe-se, que o jogo virtual tem um momento liminar, que é o foco de
atenção do performer durante a atuação performática. O ator social (o
jogador) assume um papel liminar e sua condição de identidade pode sugerir
ambiguidade em sua identidade. Um jogador pode ser uma pessoa com padrões
sociais, culturais e identitários considerada como “comum”, porém, a partir
do momento em que ingressa em um jogo virtual, pode tornar-se aquilo que não
pode ser ou não pretende ser no cotidiano, tal como, se tornar um guerreiro
medieval ou um bruxo nos jogos de luta. Ao mesmo tempo, não deixa de ser um
homem comum no ambiente externo ao jogo. O evento performático ocorre muito
além da performance, vista aos olhos face a face dos companheiros de jogo ou
da plateia. Diferentemente do teatro há outras formas de audiência nos jogos
virtuais, tais como comunidades de jogadores, fóruns ou mesmo as
representações simbólicas de status e poder, tal como as proporcionadas pelos
avatares. Assim criam-se formas de exteriorização do status do jogador
enquanto performer. Evidente que alguns jogadores ainda exteriorizam suas
conquistas através de outros meios de comunicação real ou virtual, tais como
disponibilização de vídeos no site Youtube, encontros e reuniões de
jogadores. Desta forma, é possível identificar elementos comuns de
aproximação entre a performance no jogo virtual com a performance no teatro.
4
Título: Organização de tempo e espaço nas comédias gregas antigas:
estratégias da performance
Autor (es): Melissa Cristina Schell
(UEM, bolsista-PIC) - Jane Kelly de Oliveira (orientadora -
UEM)
Área: Teatro
Resumo: Uma característica marcante nas comédias de Aristófanes é o grande
deslocamento espácio-temporal proposto em cena. Os espectadores e os autores
trabalhavam com a expectativa de grandes mudanças espaciais e saltos
temporais que, a nosso ver, exigiam dos envolvidos no jogo cênico um pacto
que prevê mecanismos de verossimilhança próprios do gênero e do contexto
histórico no qual está inserido. Este painel apresenta como essa organização
se dá em duas comédias, uma do inicio da carreira do comediógrafo e, outra,
do final – Acarnenses, 425 a.C., e Pluto, 388 a.C. O referencial teórico adotado
para o estudo foi o da semiologia teatral e de teorias discursivas. Os
principais autores que nortearam a pesquisa foram Ubersfeld (2005) e Bakhtin
(1993). A organização cronotópica nas comédias de Aristófanes está
intimamente relacionada aos processos de significação das peças e, segundo os
resultados obtidos, o coro exerce função importante na construção destas duas
categorias.
5
Título: Os pequenos gestos e suas consequencias na literatura.
Autor (es): Edson Gemes (UEM)
Área: Teatro
Resumo: A obra de Nelson Rodrigues O
beijo no asfalto parte de um gesto de piedade que pode ser considerado
banal e desencadeia uma série de reações e de reflexões. O gesto de Arandir
faz com que o mundo caia sobre ele. Este trabalho tem por finalidade a
análise de pequenas atitudes que vão deslanchar o clímax da obra. O beijo
dado por Arandir é parte de um ritual ocidental, conhecido como ritual dos
últimos desejos ou do ultimo beijo, que reza que não se negue nada a quem
está à beira da morte. Tal ato é também proposto como compensação piedosa da
sociedade ao condenado à morte. O simbolismo do beijo assume muitas outras
faces, como o da entrega no casamento, do afeto e do respeito entre
familiares e amigos, e até mesmo de traição e falsidade. Existe na obra em
questão de Nelson Rodrigues outros fatos que poderiam ser mais condenáveis
que o gesto de piedade, mas não são vistas como tal.
6
Título: Dez cenas antológicas do cinema de Charles Chaplin
Autor (es): Julio Cesar Lourenço
(UEM)
Área: Cinema
Resumo: O objetivo deste painel é fazer um panorama do cinema de Charles
Chaplin se utilizando de dez cenas antológicas de seus filmes. Vou discorrer
sobre o cinema de Chaplin, mostrando suas principais características, as
principais obras, os conflitos estéticos e políticos, a grandeza de sua arte,
em suma. Chaplin soube exprimir com simplicidade e profundidade, além do seu
sentimento pessoal, todo o sentimento de sua época. Talvez nenhum outro
artista do século XX condensou tanto as ideias e as emoções do homem comum de
forma simultaneamente simples e cheia de significados. A complexa obra de
Chaplin dialogou sobre questões de grande relevância ao seu contexto
histórico (luta de classes, preconceitos, desigualdade social, exploração do
trabalho, política). Ele desejava que seus filmes contribuíssem não somente
para a tomada de consciência de nosso espaço social, mas também permitissem
que esta consciência se traduzisse em vontade de criar melhores condições
para a vida em sociedade.
7
Título: O intertexto em duas comédias: A
Comédia da Panela, de Plauto e O
Santo e a Porca, de Ariano Suassuna
Autor (es): Janete Aparecida de Souza
Cenci (UEM) - Aécio Flávio de
Carvalho (orientador - UEM) - Jane
Kelly de Oliveira (coorientadora – UEM)
Área: Literatura Comparada
Resumo: A proposta deste painel é mostrar alguns resultados da pesquisa,
ainda em fase inicial, sobre os mecanismos discursivos de construção do riso
em duas comédias de épocas diferentes. Selecionamos duas obras que, abertamente,
estabelecem relação intertextual: A
comédia da panela, de Plauto, representada no século I, em Roma, e O Santo e a porca, de Ariano Suassuna,
dramaturgo brasileiro, composta em 1957. Interessa-nos verificar quais
mecanismos linguísticos de produção de comicidade são utilizados por um e por
outro comediógrafo. Esta comparação tem por objetivo estabelecer uma relação
entre os processos discursivos do humor na Antiguidade e na época moderna e
os efeitos obtidos por tais construções. O estudo proposto por Propp, na obra
Comicidade e Riso, servirá de guia
para esta investigação.
8
Título:
Clássicos da Literatura Brasileira em
Quadrinhos e Educação Literária
Autor (es): Andressa Fajardo (UEM)
- Simone de Souza Burguês (UEM) - Mirian Hisae Yaegashi Zappone (orientadora-
UEM)
Área: Literatura
Resumo: A partir do surgimento da literatura destinada ao público
infanto-juvenil, a pouco mais de cinquenta anos, muito texto escrito com
intuito de atingir essa faixa etária passou a ser produzido. Entretanto, nas
últimas décadas houve um significante aumento da produção cultural e
literária voltada para as crianças e jovens. Além disso, através da
proliferação de novas tecnologias, essa produção passou a abranger outros
campos como as telas dos computadores, das televisões e outros suportes
presentes no cotidiano, como os videoclipes, as histórias em quadrinhos, os
filmes, os desenhos animados, entre tantos outros. Logo, a nossa pesquisa tem
como intuito estudar essas novas práticas de letramento observando como algumas
obras da literatura brasileira foram adaptadas para os quadrinhos e de que
modo essa modalidade de texto pode contribuir para o letramento literário de
crianças e jovens. Nesta perspectiva, os títulos selecionados foram O Cortiço, de Aluísio de Azevedo e A Cartomante, de Machado de Assis.
Como resultado, procuramos compreender e mostrar as adaptações enquanto
processo que permite a mudança do texto original para outras modalidades
textuais e também seus benefícios para a educação literária.
9
Título: Se puder sem medo, uma melodia singular?
Autor (es): Karine Pásseri (UEM)
Área: Literatura
Resumo: O presente trabalho apresenta um estudo a respeito do procedimento da
singularização (estranhamento) defendido pelo formalista russo Viktor
Chklovski, em “Iskusstvo kak priem” (“A arte como processo”), ensaio
publicado na segunda edição da Poetika (1917). Para tal formalista, a
singularização, ou estranhamento, ocorre quando uma obra apresenta ao leitor
uma forma de apreciação que o leve a reavaliar expectativas e conceitos
acerca da mesma. A intenção desta técnica é criar um entendimento particular
do objeto. Considerando tal teoria, este trabalho mostrará a análise da
música “Se puder sem medo”, de Oswaldo Viveiros Montenegro, sob o olhar do
processo referido. Dessa forma, refletir-se-á a respeito do estranhamento em
tal melodia. A escolha de tal tema justifica-se pela carência de material
teórico referente a este tipo de análise e pelo fato desse procedimento poder
colaborar para a compreensão literária de outros textos da mesma estirpe.
Como resultado, esperar-se-á confirmar que o conhecimento de tal processo
realmente proporcione visões diferenciadas (estranhamento) a respeito do
objeto em estudo.
10
Título: A Raposa: uma alegoria da
amizade
Autor (es): Aline Aparecida da Silva
(UEM)- Gabriel Felipe da Cruz Santim (UEM) - Zibia
Mauta (UEM) - Margarida da Silveira CORSI (orientadora - UEM)
Área: Literatura
Resumo: O presente trabalho apresenta uma análise do livro O Pequeno Príncipe, do escritor francês
Antoine de Saint-Exupéry, enfocando o capítulo XXI, no qual o tema da
amizade, no diálogo entre a Raposa e o Pequeno Príncipe, aparece mais
explícito. A raposa ensina ao Pequeno Príncipe que a vida só ganha sentido
quando se conhece a amizade e que não é possível ser único, se não for para
alguém. E é o afeto que faz com que nos tornemos diferentes das outras
pessoas. É neste sentido que acreditamos que a raposa desempenha a função de
apresentar a alegoria da amizade na narrativa em questão.
11
Título: Sociedade e gênero nos contos de Virginia Woolf
Autor (es): Evelyne Siqueira da Costa
(UEM)
Área: Literatura
Resumo: O trabalho que pretendo apresentar analisa as relações sociais
assimétricas e de gênero retratadas na obra ficcional de Virgínia Woolf
(1882-1941). Trata-se de um projeto de iniciação científica (PIC)
desenvolvido durante o decorrer de 2008-9. Como fonte principal, utilizamos
alguns contos da autora em questão, os quais representam a sociedade inglesa
dos anos subsequentes à primeira guerra mundial. Virgínia Woolf foi uma
escritora bastante atenta aos principais eventos de natureza sócio-política e
cultural de seu tempo. Assídua leitora tanto das obras clássicas como
daquelas produzidas por seus contemporâneos, desenvolveu uma aguçada
sensibilidade para expor seus pensamentos sobre as mesmas e sobre o mundo ao
seu redor. A leitura e análise dos textos woolfianos permitem mapear uma
perspectiva crítica sobre as depressões econômica e espiritual presentes nas
relações interpessoais do pós-guerra. Ao mesmo tempo, proporciona um campo de
reflexão sobre as intersecções entre literatura e história no estudo da
sociedade urbana moderna. Além da obra da escritora em questão, abordamos as
de outros autores como reforço e contraponto explicativo.
12
Título: O mundo maravilhoso sob as perspectivas da personagem Emilia, de
Monteiro Lobato
Autor(es): Angélica Marluce Meronha de
Oliveira (UEM) - Meiryellen Herling Uloffo (UEM)
Área: Literatura
Resumo: Na presente comunicação, abordaremos o modo como as personagens do
mundo maravilhoso são vistas, a partir das concepções de Monteiro Lobato, no
episódio “Cara de coruja”, de Reinações de Narizinho (1931). O ponto de
partida da análise é a posição ocupada pela boneca Emília na obras do
escritor, notadamente, sua atitude questionadora frente às atitudes e ações
das personagens do mundo maravilhoso, as quais visitam o sítio durante o
encontro organizado pelas crianças. Desse modo, procuraremos levantar, a
partir de elementos do mundo narrado (narrador, focalizador, personagens,
ambientação e elementos da linguagem), o modo como o comportamento clássico
das personagens dos contos de fadas é questionado pelas considerações de
Emília, observando os recursos de que se vale o narrador tanto para elaborar os
seres fantásticos como para sua desconstrução a partir da focalização da
espevitada boneca.
13
Título: Aspectos da construção do mundo narrado em Reinações de Narizinho de
Monteiro Lobato
Autor (es): Aline Akiko Gobara (UEM) - Ana Carolina Thrun Mendes (UEM) -
Geisa Pelissari Silvério (UEM) - Graziela Alegre Santos (UEM)
Área: Literatura
Resumo: O dinamismo, revelado pela linguagem de Lobato, ao narrar o mundo de
fantasias e das crianças, não permite que se esgotem os temas para possíveis
trabalhos acadêmicos relacionados ao autor e sua obra. Assim, este painel
apresenta uma abordagem de Reinações de
Narizinho – mais especificamente o capítulo intitulado “O casamento de
Narizinho”. Para isso, consideramos a integração de elementos da estrutura
narrativa, especialmente o narrador e a focalização, a linguagem, as
personagens e a ambientação.

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